Resumo O objetivo deste trabalho é capturar possíveis mudanças no modo de inserção das economias regionais nas cadeias nacionais de valor por meio da utilização de indicadores de vantagens comparativas, desenvolvidos por Béla Balassa e aperfeiçoados por Gérard Lafay, e de indicadores de trocas intraindustriais, elaborados por Herbert Grubel e Peter Lloyd e aprimorados por Antonio Aquino. Com base no comércio inter-regional, desagregado por setores produtivos, extraem-se duas constatações. A primeira é que, em termos de valor agregado, a produção industrial continua fortemente concentrada. A outra aponta para a sedimentação de uma segunda divisão inter-regional do trabalho, que se segue ao processo de desconcentração da produção industrial iniciado nos anos 1970. Após esse período, as participações dos estados menos desenvolvidos nas cadeias nacionais de valor são reorientadas de forma paulatina para a oferta de bens semimanufaturados, de baixa intensidade tecnológica e intensivos tanto em mão de obra como em matérias-primas. Dessa maneira, mudanças significativamente importantes ocorrem na hierarquia do modo de inserção das economias regionais nas cadeias nacionais de valor, possíveis de serem reveladas somente com base na disponibilidade de Matrizes Interestaduais de Insumo-Produto.
Abstract The objective of this work is to capture possible changes in the insertion mode of regional economies in national value chains using comparative advantage indicators, developed by Béla Balassa and improved by Gérard Lafay, and intra-industry trade indicators developed by Herbert Grubel and Peter Lloyd and improved by Antonio Aquino. Based on inter-regional trade, disaggregated by productive sectors, two findings are extracted. The first is that in terms of aggregate value, industrial production continues to be highly concentrated. The second points to the sedimentation of a second inter-regional division of labor that follows the de-concentration process of industrial production that began in the 1970s. After this period, the participation of the less developed states in the national value chains are gradually reoriented toward the supply of semi-manufactured goods, of low technological intensity and intensive in manpower and raw materials. Thus, there are significantly important changes in the hierarchy of the insertion mode of the regional economies in the national value chains, only possible to be revealed through the availability of the Interstate Input-Output Matrices.